A bióloga Maristela Zamoner, do Jardim Botânico de Curitiba, se destaca notavelmente no cenário da ciência e conservação ambiental ao ser a única representante do Brasil no segundo Fórum de Mulheres Naturalistas do México e da América Latina. Com início na próxima segunda-feira, 10 de fevereiro, e finalizando no dia 15 do mesmo mês, o evento ocorrerá de forma virtual e poderá ser acompanhado pelo Facebook da plataforma iNaturalist, que é a organizadora do fórum. Essa ocasião não apenas solidifica a importância da presença feminina nas Ciências Naturais, como também promove um espaço fundamental para a troca de conhecimentos e experiências entre mulheres engajadas na preservação da biodiversidade.
A plataforma iNaturalist, que representa um marco na observação de biodiversidade ao reunir cerca de 300 mil naturalistas ativos ao redor do globo, possibilita que admiradores da natureza contribuam coletivamente para o avanço do conhecimento sobre as diversas espécies. Fundada em 2008 e posteriormente associada à Academia de Ciências da Califórnia e à National Geographic Society em 2014, a iNaturalist evoluiu para um dos principais recursos na documentação de biodiversidade e no envolvimento da sociedade na ciência cidadã.
Bióloga de Curitiba lidera ranking mundial e representa o Brasil em evento internacional sobre biodiversidade
O trabalho de Maristela no Jardim Botânico de Curitiba é marcado não apenas pelo amor à botânica, mas também pela pesquisa dedicada aos lepidópteros, incluindo borboletas e mariposas. Com mais de 62.000 registros de espécies no perfil da iNaturalist, ela se tornou a maior observadora deste grupo de seres vivos na América Latina, além de ocupar a primeira colocação geral no ranking mundial, demonstrando um compromisso inabalável com a preservação da natureza.
Esse reconhecimento não é apenas uma conquista pessoal, mas também um reflexo de como o Jardim Botânico de Curitiba, que abriga vegetações que datam da Era do Gelo, é um patrimônio vital para a pesquisa científica. Esse espaço, com mais de 2,5 milhões de anos de história, destaca o papel das instituições de pesquisa no fomento à conservação e no desenvolvimento de projetos que envolvem a comunidade local, transformando a apreciação pela natureza em ações efetivas de preservação.
Maristela irá compartilhar sua experiência e conhecimentos durante o fórum, onde abordará temas como a premiação do 2º Prêmio Helena Quadros, recebido pela Rede Brasileira de Jardins Botânicos, e a importância de suas pesquisas em Campo Curitibano. Sua participação no evento não só realça seu trabalho, mas também serve como uma fonte de inspiração para meninas e mulheres em todo o continente, incentivando a nova geração a se envolver no mundo da ciência e na conservação ambiental.
A importância da presença feminina na ciência
A presença das mulheres na ciência, especialmente em áreas relacionadas à biologia e à conservação ambiental, é um tema importante que vem ganhando destaque nas últimas décadas. O fórum em que Maristela participa se propõe a abordar questões como a invisibilidade das pesquisadoras, a necessidade de mais mulheres em posições de liderança na ciência e a importância da inclusão das vozes femininas nas discussões sobre biodiversidade e conservação.
Estudos mostram que a diversidade de gênero nas equipes de pesquisa contribui para resultados mais inovadores e abrangentes. Quando as mulheres têm representação em áreas científicas, há um aumento na criatividade e na inovação, resultando em diversas abordagens para resolver problemas complexos relacionados à natureza. Isto é fundamental em um contexto onde a biodiversidade está em perigo devido a mudanças climáticas, poluição e exploração dos recursos naturais.
O papel da plataforma iNaturalist na conservação de biodiversidade
A iNaturalist, como uma plataforma de ciência cidadã, representa uma abordagem revolucionária para a documentação e monitoramento da biodiversidade. Com mais de 8 milhões de usuários e 224 milhões de observações, a iNaturalist transforma a contribuição da sociedade em um recurso valioso para cientistas e amantes da natureza.
A tecnologia de smartphones facilitou a coleta de dados, permitindo que qualquer pessoa, não importa o seu nível de formação, contribuísse para a ciência. Os usuários podem compartilhar fotos de plantas, animais e fungos, recebendo a identificação de especialistas e colegas naturalistas, criando um banco de dados global que é útil para pesquisas acadêmicas e para a conservação do meio ambiente.
A participação de Maristela Zamoner nesta plataforma exemplifica como os naturalistas podem impactar significativamente a pesquisa científica. Ela não apenas se destaca como a maior observadora de borboletas, mas também direciona suas energias para educar e inspirar outros, através de seu canal no YouTube, “Terra das Borboletas”, que já conta com mais de 2.000 inscritos. Essa interação e capacitação comunitária são essenciais para gerar um maior envolvimento com a biodiversidade e estimular a curiosidade científica.
O que podemos aprender com o trabalho de Maristela Zamoner
O trabalho de Maristela vai além da pesquisa acadêmica; ele demonstra a importância da paixão e do compromisso em fazer a diferença no mundo. Em tempos onde a conservação da biodiversidade é mais crucial do que nunca, histórias como a dela nos inspiram a valorizar e proteger o meio ambiente. Além de propagar conhecimento, Maristela representa um modelo a ser seguido por muitas mulheres que desejam ingressar na ciência, especialmente na biologia e em áreas correlatas.
Suas pesquisas sobre as mariposas e borboletas nos mostram que até os menores organismos têm um papel crítico no equilíbrio dos ecossistemas. Borboletas, por exemplo, não apenas embelezam a natureza, mas também atuam como polinizadoras e indicadores da saúde ambiental; mudanças em suas populações frequentemente sinalizam desregulações nos ecossistemas que precisam ser urgentemente abordadas.
Conexão entre conservação e educação
Conservação ambiental e educação estão intrinsecamente ligadas. O papel de educadores e pesquisadores é fundamental para formar novas gerações de ambientalistas. Maristela, através de seu trabalho e engajamento nas redes sociais, contribui para disseminar a conscientização sobre a importância da biodiversidade e como todos nós podemos agir para preservá-la. Ao realizar palestras e compartilhar suas descobertas, ela não apenas educa, mas também capacita cidadãos a se tornarem defensores da natureza em suas comunidades.
Esse tipo de iniciativa é vital, pois, à medida que a população mundial cresce, a pressão sobre os recursos naturais aumenta proporcionalmente. Iniciativas como o fórum de Mulheres Naturalistas visam estabelecer uma rede de apoio e colaboração que possa enfrentar esses desafios de maneira eficaz e informada.
Percepções sobre o futuro da biodiversidade
A luta pela preservação da biodiversidade é uma missão que exige esforços conjuntos. Eventos como o Fórum de Mulheres Naturalistas criam uma plataforma para que mulheres de diversos contextos possam compartilhar suas experiências, conhecimentos e soluções para os desafios enfrentados. Esse intercâmbio é essencial para encontrar formas inovadoras de agir em prol do meio ambiente.
Maristela Zamoner, ao destacar seu trabalho na conservação dos Campos Curitibanos, demonstra que a pesquisa científica pode ter impactos tangíveis sobre as políticas de preservação e mais amplamente sobre a forma como vemos e interagimos com o nosso planeta. A exemplo dela, cada um de nós pode encontrar maneiras de contribuir para a conservação da biodiversidade, seja através de pesquisas, de educação ou de ações comunitárias que promovam o respeito e a proteção da natureza.
Perguntas frequentes
Qual é o foco principal do Fórum de Mulheres Naturalistas?
O fórum visa dar visibilidade ao trabalho de naturalistas femininas, inspirando outras mulheres e meninas a se envolverem na ciência e na conservação da natureza.
Qual é o papel da iNaturalist na ciência cidadã?
A iNaturalist democratiza a observação da biodiversidade, permitindo que qualquer pessoa registre e identifique espécies, contribuindo assim para o conhecimento científico global.
Como a pesquisa de Maristela ajuda na preservação da biodiversidade?
A pesquisa de Maristela sobre lepidópteros, especialmente borboletas, fornece dados importantes sobre a saúde dos ecossistemas e apresenta informações que podem ser usadas na conservação das espécies.
Quais são os benefícios da diversidade de gênero na ciência?
A diversidade de gênero nas equipes científicas leva a abordagens mais criativas e inovadoras e, consequentemente, a melhores resultados na pesquisa.
Como as redes sociais podem ajudar na educação ambiental?
Plataformas como YouTube e iNaturalist facilitam o compartilhamento de informações e experiências, educando o público sobre biodiversidade e incentivando a participação ativa na conservação.
Qual é a importância da conservação de borboletas?
As borboletas desempenham papéis essenciais nos ecossistemas como polinizadoras e indicadores de saúde ambiental, sendo suas populações afetadas por mudanças ecológicas importantes.
Conclusão
O trabalho de Maristela Zamoner como bióloga no Jardim Botânico de Curitiba não apenas coloca o Brasil em evidência no cenário internacional, mas também serve de exemplo de como podemos nos engajar proativamente na preservação da biodiversidade. Sua participação no Fórum de Mulheres Naturalistas, onde compartilhará suas experiências e descobertas, reafirma a importância de mulheres na ciência e inspira uma nova geração a se tornarem defensoras do meio ambiente.
Devemos celebrar e apoiar iniciativas como a de Maristela, pois elas são fundamentais para construir um futuro em que a inovação e a colaboração sejam a base para enfrentar os desafios ambientais que se avizinham. Todos temos um papel a desempenhar na proteção da natureza, e o exemplo de Maristela é um poderoso lembrete disso.